Quando éramos miúdos, nas férias grandes, comíamos só bolos rançosos e chocolates esbranquiçados, vendidos “pela hora da morte” na mercearia “lá da terra”.
Como não havia mais nada, num raio de 50 quilómetros – de sinuosas e esburacadas estradas – todos nos contentávamos com o que havia. Fosse dia de festa ou tarde de piquenique.
As únicas coisas frescas lá da terra, naquele tempo, eram as bebidas. Mesmo que o único prazo de validade fosse entre o dia em que o Sr. Zé as recebia na loja, e o dia em que as entregava à apressada miudagem!
São agora as garrafas - já vazias - as únicas testemunhas desse mundo de inocentes e campestres infâncias, irremediavelmente perdidas.
-
nota de rodapé: Dedico este pequenito texto a Bic Laranja, que com este outro me inspirou. -
2 comentários:
Aquelas da Capela recorda-me. Não imagina as camadas de sedimento que já tinham aqui na memória.
Cumpts.
Conte, conte... :-)
Enviar um comentário