domingo, 26 de abril de 2009

Diários de Viagem

Esta semana descobri este livro… Nele ilustres almas repetem gestos que também sinto meus.
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Lê-lo é, só por si, uma viagem.
Como este outro, que tão cedo me encantou...
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Se eu tivesse de dedicar a minha vida a uma só coisa (e não às mil e uma que me prendem e encantam), dedicaria toda a vida a viajar. Viajar e registar.

Não me considero escritora ou artista, apenas exploradora. Exploro e registo, apenas porque me dá prazer.

Comecei com um pequenito livro dado pela minha mãe (o da imagem). Com um simples desenho a carvão (o da imagem).
Agora, como se vê, tudo é maior (não necessariamente melhor).


Ainda que o tempo me fuja; que muitas vezes me impeça de desfrutar…
Muitas das minhas melhores memórias são as de viajante.
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sábado, 25 de abril de 2009

Memórias nubladas

No dia 25 de Abril eu era demasiado pequena… Foi só um dia em que não pude ir à escola. Em que não pude estrear o vestidito novo. Em que alguns – poucos - tanques passavam na rua em frente, mas que eu não pude ver de perto, porque era perigoso…

Depois desse dia – e durante muitos anos - senti apenas a aflição da minha mãe - mulher “de direita” - e a tranquilidade do meu pai – homem “de esquerda”. Senti apenas a felicidade de alguns e a indignação de outros. Senti apenas que, de repente, tudo me parecia muito mais confuso… mas muito maior.
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Inundavam-me as paredes de mil e uma palavras que eu não compreendia, nem no conteúdo nem na motivação (e porque é que pintavam as paredes de todas as casas?).
Ouvia tocar por todo o lado canções novas, que logo se tornaram velhas de tanto as ouvir. De gaivotas, andorinhas e “comem-tudo”. E eu alegremente cantava, apenas porque sempre gostei de cantar.
Enchiam-me os bolsos de mil e um panfletos, autocolantes e cromos, com símbolos e caras, que me divertia a coleccionar (e que – já com alma de coleccionadora – até hoje guardei).
-Hoje já compreendo porque muitos se sentiram melhor a partir desse dia. Da mesma forma que compreendo porque muitos se sentiram muito mais tristes.
Porque é que o meu pai me disse que foi um mundo que começou. Porque é que a minha mãe me disse que foi um mundo que acabou. E assim ficaram até hoje.
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E a sensação de grande confusão que me ficou do Portugal desses dias… deu lugar a um sentimento de um Portugal vazio. De uma grande monotonia.

Tantos lutaram pela liberdade… O que ficou?
O cravo perdeu o vermelho vivo. Agora é mais a preto e branco.
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Mais sobre girassóis

Foi esta semana inaugurada a sementeira de girassóis. Parece que para dar boas vistas para passeios…
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Conselho aos primeiros visitantes: é melhor não olhar para os lados!...
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domingo, 19 de abril de 2009

Sabores – rançosos e doces - do passado

Quando éramos miúdos, nas férias grandes, comíamos só bolos rançosos e chocolates esbranquiçados, vendidos “pela hora da morte” na mercearia “lá da terra”.


Como não havia mais nada, num raio de 50 quilómetros – de sinuosas e esburacadas estradas – todos nos contentávamos com o que havia. Fosse dia de festa ou tarde de piquenique.

As únicas coisas frescas lá da terra, naquele tempo, eram as bebidas. Mesmo que o único prazo de validade fosse entre o dia em que o Sr. Zé as recebia na loja, e o dia em que as entregava à apressada miudagem!

São agora as garrafas - já vazias - as únicas testemunhas desse mundo de inocentes e campestres infâncias, irremediavelmente perdidas.
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nota de rodapé: Dedico este pequenito texto a Bic Laranja, que com este outro me inspirou.
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sábado, 18 de abril de 2009

Buracos eleitoralistas – E eu até gosto de girassóis…

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Disse esta semana na rádio um senhor da Câmara que, "após 4 anos de abandono", o terreno da antiga Quinta de José Pinto - junto à Rua de Campolide - vai passar a ser, muito brevemente, um campo de girassóis. :-0


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Eu até gosto de girassóis… O problema é que os 4 anos de abandono eleitoralista – e outras aldrabices camarárias - são na realidade 50 anos. E no lugar do futuro campo de girassóis existiu, em tempos, uma cidade viva e histórica, que “as boas intenções” camarárias e governamentais ajudaram a matar.


Quem habita e conhece bem a zona – ou quem, como eu, investiga minimamente estas coisas – sabe que, desde os anos 50, o abandono de toda esta zona é gritante.
Primeiro foi a decadência dos antigos prédios e quintas do final da Rua de Campolide e dos terrenos adjacentes, com o surgimento de inúmeras barracas e das comunidades dedicadas ao consumo e tráfico de droga.
Depois foi o realojamento e/ou o abandono dessa população, ela própria nascida da inércia camarária e governamental.
Por fim foi a demolição – às três pancadas – das antigas casas para “importantes construções”, que em muito "viriam a beneficiar" esta “importante” zona da cidade. Conta quem lá vive que as últimas casas terão sido demolidas por volta do ano de 97...

De então para cá passaram-se 12 anos (isto se a forma de contagem eleitoral não for outra, claro)! Foram 12 anos de abandono total, em que os únicos beneficiários, para além dos habituais “papam-tudo”, foram os caracóis, as lagartas e os bichos da conta. E mesmo assim… os “maus cheiros” da zona não terão dado boa vizinhança.

Temos assim 50 anos de balbúrdia, incompetência, aldrabice e esquecimento, transformados em 4 anos de abandono. E uma “pequena” parte de Lisboa que espera “só” há 2 anos pela decisão do Governo para ser considerada “Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística (ACRRU)”. :-x

Campolide espera ansiosamente (ou indiferente?) por isso… e por outros “mimos” do género.


O que vale é que, por fim, tudo será compensado com um belo campo de girassóis!
Afinal, também eles sabem virar-se na hora certa (ainda que a um ritmo diferente do eleitoral). E também eles procuram o melhor “lugar ao sol”.
:-x

Nota de rodapé: e já agora que falamos de eleições… Que tal lembrarem-se também disto?
http://www.cnc.pt/Artigo.aspx?ID=322
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Chuvas de Abril…

Sete Rios, Abril 2009
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Problemas de sempre!...
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Darwin - Abraços de génio

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A vantagem dos grandes génios da humanidade é que, quando os procuramos, nos abraçam com a sua imensa sabedoria. É um quente abraço que cresce dentro de nós, que nos faz esquecer por momentos a nossa pequenez, para logo depois nos abrir um infinito mundo de novas possibilidades.


Abraços assim são sempre maravilhosos de dar. Quase tão bons como os que damos aos que mais estimamos.

Escrita assim, esta parece mesmo uma verdade de La Palice (Senhor que o meu pai – que mais se parece com Darwin - tantas vezes gosta de recordar :-) ). Mas, recorrendo a mais uma lapalissada, direi que “nem sempre o que parece é”.


Passo a explicar:
Na passada Sexta-feira Santa acordei bem cedinho, disposta a – finalmente e sem correr o risco de grande enchente - ver a exposição de Darwin na Gulbenkian. Estava desejosa, como está quem sabe que vai rever um amigo de infância (porque logo em miúda me fascinei com - e por - Darwin).


Tal como esperava, pude ver a exposição sem grandes confusões ou atropelamentos. Tal como desejava, a exposição encheu-me as medidas – embora sabendo-me a pouco.
Chegada a casa, e já na pose do catálogo e de um sem números de lembranças, que sempre gosto de trazer destas minhas “viagens”, lá me sentei para analisar a coisa mais a fundo…

Pensei: belo dia para dar estas “escapadinhas”! Por certo muita gente, como eu, há-de aproveitar bem estes dias. Deixa-me cá ver, num instantinho, como param os “movimentos” humanos nesta quadra…



Ora bolas! A Teoria da Evolução não está mesmo esclarecida!... Falta explicar porque é que, na natureza humana, existem uns seres que, quando mais os tempos evoluem, mais têm natureza de macaco. E porque é que o macaco/homem se desloca quase sempre em rebanho?!... :-x


Confesso que, até à data, ainda não descobri se pertenço a algum “rebanho”. No entanto, uma coisa é certa: mil vezes um abraço espiritual de Darwin, a uma multidão de (a)braços vazios.
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domingo, 12 de abril de 2009

Belos vícios intemporais

Seja Páscoa, Natal ou Verão, os meus vícios são sempre os mesmos:
Viajar (de corpo ou de espírito); escrever; fotografar… E comer chocolates.
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E, em período de pausa, nada melhor que tudo poder juntar! :-)
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Novo blogue - Tempore


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Feito de locais suspensos e palavras intemporais.
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sábado, 4 de abril de 2009

Corredores Verdes a Vermelho

Quando não pode haver um verdadeiro - e verde…
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Faz-se um vermelho às três pancadas…
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E passa-se logo à publicidade!
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Rua de Campolide, Março e Abril de 2009

Se não fosse o perigo de sermos atropelados um bocadinho mais à frente,
mais valia percorrermos a cidade de olhos fechados! :-x .

Velhos Amigos


A Bonanza nasceu muito antes de mim, mas a sua fantástica música depressa inundou o meu imaginário infantil, através do pequenino ecrã da TV a preto e branco.
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A nova edição da mítica série em DVD, além de baratíssima (10 euros), é no mínimo original.
Vale bem o preço e a compra. Pela embalagem; pelo genérico; pelo utópico e idílico mundo da nossa infância, que agora podemos revisitar.
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Notícias para boi dormir


O que mais nos interessa é a que horas chega o dito senhor… do dito caso, do outro dito senhor, que terá acusado o outro dito senhor…

E assim vai andando o nosso evoluído país. Remando contra a crise.

O pior mesmo é a CRISE das cabecinhas!…
:-0

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Crise mundial?

Ninguém diria!
:-0

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dia do Livro Infantil – Não “infantilizante”

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Por favor escolham livros originais!...

Para remar contra a maré da “normalização” das cabecinhas humanas.
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