domingo, 20 de abril de 2008

De Lisboa para Barcelona – É troca por troca!










Não sei se o problema de falta de água em Barcelona se mantém... No início do mês a área metropolitana estava a um passo de entrar na fase de emergência.
Se for esse o caso nós não nos importamos nada de dar toda a água que Lisboa recebeu durante esta última semana.
Em troca só pedimos um dos magníficos edifícios de Gaudí. Não é pedir muito… É para bem honrarmos a natureza! :-)

sábado, 19 de abril de 2008

Cesário Verde e as “medidas eficazes” em Lisboa!

Notícia da Lusa:
“Lisboa, 18 Abr (Lusa) - O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP deteve, na passada quarta-feira, seis indivíduos em flagrante delito, por furto no interior de um estabelecimento, após movimentações suspeitas no prédio vizinho, segundo fonte deste comando”.

Emparedar todos os prédios "desabitados" de Lisboa dá cá um resultadão!... É emparedar e esquecer que existem.
E assim se cura o coração de Lisboa!











Perante tais medidas – vá-se lá saber porquê - só me apetece evocar Cesário Verde:

“E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um sinistro mar!”

IV HORAS MORTAS, in O LIVRO DE CESÁRIO VERDE (extracto)

Difícil percurso

Um Saramago muito magro e abatido surgiu ontem no Telejornal da RTP.
Não sendo o meu escritor português de eleição – sempre fui mais de António Lobo Antunes - não deixo de lamentar o seu estado de saúde que, embora bastante melhor, o deixa muito longe de quem já foi.


É meu profundo desejo que o livro que agora termina não seja o seu último.
Quem nos oferece tão bons amigos nunca nos deveria deixar!

Ditado certeiro

Abril, águas mil.


















Lisboa, 18 de Abril 2008

Poucas vezes o ditado terá estado tão certo!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Feliz Aniversário Mestre!

Faz hoje cem anos que nasceu António Lopes Ribeiro.
Cem anos teria quem mais de cem vezes me fez esquecer todas as coisas – boas e más - mal me enchia o ecrã. E quantas mais cem pessoas sentirão o mesmo que eu…

Lembrarei para sempre uma já longínqua noite em que, numa das minhas muitas idas à Cinemateca, me cruzei com ele ao entrar para um táxi. Olhei-o e senti uma enorme felicidade só de saber que, naquele exacto momento, pisava o mesmo chão daquele “enorme senhor”, que “conhecia” desde pequenina…
Queria tanto dizer-lhe “obrigada por tudo!”… Disse-lhe apenas: “Boa noite!”. Respondeu-me apenas, com o mesmo brilho nos olhos que já lhe imaginara: “Boa noite, menina!”.
Foi tão pouco, tão pouquinho… mas durará para sempre, num cantinho muito especial do meu cinéfilo coração.

Até sempre, Mestre!

sábado, 12 de abril de 2008

O ténis que faz rir (?)









Que me desculpem os amantes da modalidade… Eu sempre associei o ténis a um certo enfado da assistência. E as cabeças para cá e para lá, sinceramente… deixam-me fora de mim.
Quem haveria de dizer que seria Federer – nº 1 actual desta modalidade – a permitir a minha maior gargalhada televisiva desta semana.
Em entrevista para a RTP o atleta afirmou que vai aproveitar para visitar a cidade e ver como as coisas estão organizadas em Portugal.
Lamentamos desiludi-lo, Sr. Federer… As coisas em Portugal não “estão organizadas”. Vão-se (des)organizando!

Recordações Populares

No final do mês passado a SIC fez o serviço público que por vezes falta às notícias da RTP, com a reportagem Perdidos e Achados sobre a Feira Popular. Ao humanizar aquele monte de entulho que agora resta, deixou ainda mais a descoberto as desumanidades, incompetências e impunidades da nossa Câmara.

Ao contrário de muitas das pessoas que agora – pensando ser “politicamente correctas ou incorrectas” ao fazê-lo - lamentam o fim da Feira Popular, eu gostava realmente de lá ir.

Todos os anos, invariavelmente, ouvia os protestos dos amigos e colegas ao convidá-los para mais um aniversário na Feira: “Outra vez na Feira Popular?! Não sei que diabo vês tu naquele antro de povo e cheiro a sardinha!”. Era assim que alguém a definia. Mas eu sempre conseguia que lá fossem dar… E, pelo menos por mim, a Feira nunca teria esvaziado a sua alma.

É verdade que nos últimos anos estava decadente e à deriva, mas apenas porque já se avizinhava o seu triste destino.
No passado a Feira Popular não era apenas popular, era povoada de mil e uma almas, todas representativas da alma maior – e mais luminosa - de Lisboa.

Tenho muitas saudades das noites mágicas em que lá ia com o meu pai, para fazer os "furinhos dos chocolates" e andar na Roda Gigante ou no Carrossel “das bolas” (Carrossel 8). Sinto muita falta das jantaradas anuais na Feira, com os mil e uns cheiros e sons de fundo.
No último ano da Feira voltei lá com um grupo de amigos, para todos andarmos uma última vez no “meu carrossel” e jantarmos num dos “meus” restaurantes. Foi uma amarga despedida… E dói-me muito o buraco que tudo lá deixou!
Muitos podem não se aperceber, mas foi um enorme pedaço de Lisboa que se perdeu.












quinta-feira, 3 de abril de 2008

Capítulo III

As mesmas "testemunhas", diferentes perspectivas...

















Lisboa Bizarra - Capítulo II

Se pudéssemos recuar no tempo a partir deste ponto - aí uns 50 anos - descobriríamos por certo uma cidade bem diferente. E bem mais feliz!...
Assim… restam-nos apenas estas tristes e silenciosas testemunhas das infinitas impunidades camarárias.