domingo, 30 de agosto de 2009

O Errol Flynn dos Tenores

Hoje estou numa de Ópera…
- E em bela companhia!
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sábado, 29 de agosto de 2009

A alma do Número 8

Certo dia, já lá vão muitos anos, quase andei à pancada com um indivíduo na rua. Eu, habitualmente interventiva de palavra e não de punho, quase me descontrolei perante a estupidez chapada de um “cidadão” de Lisboa.
Tudo porque, enquanto um magnífico edifício se desmoronava, o dito ria às gargalhadas.
Nesse momento, confesso, o que o salvou do meu soco foi a sua postura de mosca. Uma tonta varejeira, voando à volta da carne podre. Como aqueles insectos que se acotovelam, para ver os atropelados. Homens ou animais moribundos, gemendo nas calçadas.
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Teorizem o que quiserem. As casas também têm alma.
Têm a alma de quem olhou um buraco no chão e viu uma janela aberta, com pessoas a espreitar. A alma do menino que corre nos corredores, atrás das saias da sua mãe. A alma dos infinitos amores, vividos em todos os cantos. Dos cheiros amargos e doces, vindos do fogão da cozinha. De todos os risos, choros, palavras e penas, suspensas entre as paredes.
As casas também choram.
Choram quando sabem que - muito por incúria dos homens - chegou a sua hora de morrer. Nos seus corredores vazios chora, em uivos, o vento. Nas suas empenas gemem as madeiras, já sem força para se agarrar.
Desespera a alma do menino, correndo ainda atrás da vida, que há muito se perdeu.
- Apesar da raiva e da tristeza, agora entendo o pobre que ri por ver ruir uma casa.
Sabe-lhe bem pensar que - ainda que só desta vez - não é a sua vida, a sua casa, ali espalhada e espalmada, contra as pedras da calçada.
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Notas de rodapé:
Todas as fotografias aqui publicadas - à excepção das da última “montagem” - foram tiradas por mim no final de Junho de 1991, dias antes da implosão do número 8 da Avenida Fontes Pereira de Melo.

Após 3 anos com as fotos à espera de um texto (que deveria ter sido o primeiro do blogue), hoje acordei com este na cabeça.
Esteja como estiver, foi como a minha alma o largou.
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lisboa, Agosto de 1971 - Agosto de 2009

Ter algum tempo livre permite-me o imenso prazer de vasculhar o meu baú de memórias em papel. Mil e uma coisas encontradas por aí e que, por uma razão ou por outra, desde miúda fui guardando.
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São retalhos, aparentemente inúteis, que - creio - ajudam a compreender o nosso tempo. Passado, presente e futuro.-

Exemplo disso são estes dados sobre a população de Lisboa e arredores, divulgados há 38 anos pela – pasme-se – Crónica Feminina.

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Digam lá se não está aqui a nossa bela população de 2009...

É caso para dizer: volta Crónica Feminina.
Perante todos os disparates do nosso tempo, estás perdoada!

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Pelos caminhos de Camilo

Reprodução do Selo dos CTT, comemorativo do nascimento de Camilo (1925)
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Desta foi de vez: estive finalmente em Casa de Camilo.
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Camilo Castelo Branco é – e dificilmente deixará de ser – o meu romancista favorito (Eça é grande, Camilo é avassalador).
Quando, no liceu, quase todos se lamentavam da “estopada” do Amor de Perdição, eu lia-o todo - à janela - duma assentada.
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Era meu sonho antigo ir até à casa onde viveu e escreveu, uma grande parte da sua vida, ao lado de Ana Plácido.
- Acompanhados por um excelente guia, profundo conhecedor e amante da obra de Camilo, foi com enorme prazer que percorremos os corredores da sua simples casa (ainda que esta - à excepção do mobiliário - seja uma recriação da original, destruída num incêndio em 1915).
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Recordámos inúmeros capítulos da vida e obra de Camilo. Descobrimos os curiosos episódios que o nosso guia já viveu naquela casa. Entre os quais deliciosos momentos vividos ao lado de Manoel de Oliveira, aquando das filmagens do seu - meu preferido - “O Dia do Desespero”, em 1991-92.
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Deliciosos momentos, que fazem agora parte das minhas mais simpáticas recordações de viagem.
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É certo e sabido: tão breve quanto possível, regressarei à pequena e magnífica casa de Camilo e Ana Plácido.
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Portugal Especial XV

Gerês, Agosto 2009
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Um conselho aos visitantes: não vão em Agosto. Está insuportável de gente.
Um conselho às autoridades: tenham mais zelo pelo património arquitectónico.
Aqui a riqueza maior é a floresta. Mas sem qualidade nas casas e construções – não só nos Hotéis – não há qualidade nas gentes.
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Poluição no Porto

Tal como em Lisboa, a pior poluição é a da paisagem publicitária.

Para quando uma lei capaz, que proteja monumentos e edifícios?
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O ainda - e que seja sempre - quente Bolhão

Mercado do Bolhão, Porto, Agosto de 2009
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Regresso ao luminoso Porto

Porto, Agosto de 2009
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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Big Brother Google – Eles andam por aí…

E eu já me cruzei com um dos senhores amarelinhos - neste caso vermelho - nas ruas (mas, tal como eles, “apaguei-lhes” a identificação)!

A partir de hoje já se pode “andar” por Lisboa sem cá estar.
Poder pode, mas - felizmente - não é a mesma coisa!...
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À espera de Alice

Só é pena que ainda falte tanto tempo para chegar
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vírus do Jazz

Passei anos sem entender quem gostava de Jazz. Parecia-me impossível que eu viesse a escutar voluntariamente tal coisa. Com prazer… nem pensar!

Agora que já sinto o “bicho” debaixo da pele, tenho também o conforto de saber que, tal como a mim, ele ainda virá a infectar muita gente incrédula que anda por aí (haverá castigo por desejar tal contaminação?).

Estou certa que o senhor Davis – reinante há 50 anos – dará uma ajudinha...
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Confusões linguísticas do nosso (des)governo

Ficaria mais descansada se estivessem - realmente - a aprender português!...
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Eléctrico de Sintra – O regresso desejado

E não é que tive a sorte de me cruzar logo com ele!...
-Digam lá o que disserem – e apesar das muitas vicissitudes - nenhum outro transporte embeleza tanto a paisagem…
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15 de Agosto de 2009

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Mãe Natureza

Em Sintra também é rainha.
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