sábado, 21 de março de 2009

Dia da Poesia (e da Árvore)


Dias se sucedem, semanas se sucedem,
torvelinham num galope célere;
Como se cavalgássemos sobre um tempo de aço
voando – olhos abertos – pelo espaço.

Assim a vida, ela nos atravessa -
o ouvido zoa, o coração dispara,
como se quisesse saltar para fora
- é só o que lhe resta!

Se alguém tenta detê-lo,
ele se altera:
toca a rebate,
dá por paus e pedras!

E quantas vezes
o coração
explode
e não se ouve
a explosão
que o sacode.

CORAÇÃO BATENDO SEM QUE SE OUÇA, Nikolai Asséiev (1889-1963); Trad. Haroldo de Campos
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