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Desde então para cá não parei de mergulhar e me encantar com as suas mui sábias – e tão simples - palavras.
Se em Eduardo Lourenço me revejo na minha alma portuguesa; em Agostinho revejo o meu mais profundo sentir.
Agora as nossas televisões já não param para escutar. Há demasiado ruído de fundo.
A minha mãe deixou a sua casa de Sete Rios em 1957, mudando-se com o meu pai para “o outro lado da cidade”. Já não viu a inauguração desta nova estação, de onde ainda se avistava - quase intocado - o seu antigo bairro, com muitas árvores e casas baixinhas.
Em 2006 voltou a casa para a nossa família e vim eu para cá morar. Assim, cinquenta anos depois, regressou a minha mãe ao seu bairro e às suas velhas janelas.
Para além das casas baixinhas da nossa rua, quase tudo o resto se perdeu. Perdeu-se no tempo e na estupidez humana.
Mas isso as reportagens da “televisão moderna” já não vão poder mostrar.
Quando vi pela primeira vez a Lillie ainda era miudinha. Mas logo sonhei ser como ela. Menos por ser amante de príncipes; mais por ser próxima de génios como Óscar Wilde.
Naquela idade pareceu-me tão fácil... Era só desejar!
Ainda não tinha entendido que a maior fatia da vida é das pessoas de vida vazia.
Ainda assim, a Lillie mostrou-me como fazer: Apreciar, absorver, acreditar… Mesmo que nesse tempo fosse a preto e branco!
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